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Seca do Paraíba é a mais longa em 85 anos


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Reportagem do Jornal Folha da Manhã - Victor de Azevedo (Acesse aqui o link da matéria no site de Folha da Manhã)

O período de seca do rio Paraíba do Sul é o mais longo em 85 anos. A afirmação é do diretor do Comitê do Baixo Paraíba, João Siqueira. A solução para o problema passa pela construção de uma cisterna de água e contenção de cheias, que deverá ser realizada em Minas Gerais. Enquanto o projeto não sai do papel, ações são realizadas pela Prefeitura de Campos e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que buscam minimizar os impactos. Com o volume baixo do rio, a população aproveitou para cultivar hortas nas áreas ribeirinhas.

Segundo João Siqueira, este ano o nível da chuva foi até maior, mas não o suficiente para acabar com a crise. “Esse ano choveu mais um pouco, mas não choveu nas cabeceiras. Em 85 anos que se mede o nível do rio Paraíba aqui em Campos, a cota mínima é 5,20m. De 2013 a 2017, caiu para 4,40. O rio está seco novamente. A crise não acabou. Hoje, está em 4,60m. Vai chegar em setembro ou outubro a 4,20m. São cinco anos de seca, nunca houve isso na história do Paraíba. Em 85 anos de medição, nunca houve uma seca deste tamanho”, ressaltou.

Outro fator que contribuiu para complicar a situação do rio Paraíba do Sul é o aumento do período seco nos últimos 20 anos. “Nós dividimos o rio Paraíba do Sul em duas partes: a primeira que atende São Paulo e a cidade do Rio de Janeiro e a segunda que atende o restante da bacia. O lado de São Paulo e Rio tem cisterna, o nosso lado não tem. Chove, bate na calha, vai para o mar e está seco de novo. E isso é de março a outubro, período seco que se alongou para Campos e São João da Barra nos últimos 20 anos. Era de maio a setembro, agora é de março a outubro”, disse João Siqueira.

A seca no rio em Campos fez surgir uma horta comunitária nos arredores do Paraíba. Na altura do Jardim Carioca, em Guarus, são cultivadas hortaliças, legumes e verduras de todo tipo. O uso do rio pela população em períodos secos não é novidade. Em 2014, as pessoas transformaram o Paraíba em balneário, com direito a guarda-sol, cadeira, cerveja, samba e farofa. Na época, o local foi apelidado de “Ilha dos Caras”.

Para evitar tais situações, João Siqueira ressalta que é necessário a construção da cisterna. “Alocamos um recurso do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Ceivap) para fazer o projeto da cisterna. Existia um projeto de contenção de cheia em Muriaé e Pádua. O projeto voltou para o Inea e agora se transformou em projeto de reservação de água e contenção de cheias, certamente para resolver o problema”, finalizou.

Enquanto o projeto não sai do papel, a Prefeitura de Campos protege os mananciais através de reflorestamento às margens do Paraíba e seus afluentes. “Uma das ações mais importantes para a preservação do Paraíba é a proteção das áreas de recarga dos rios, as nascentes, onde os rios se formam. Quando falamos em proteção dos rios, temos que ressaltar a qualidade da água, com tratamento de esgoto, ações de educação ambiental, como as que acontecem no Centro de Educação Ambiental (CEA) para que não haja despejo irregular de lixo e esgoto, além de preservar rios e lagoas e não desperdiçar água” informou o subsecretário de Desenvolvimento Ambiental, Carlos Ronald Macabu.

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